quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Rio Vermelho

O Rio que deu nome ao bairro, 1890.

Vilas de pescadores, redutos de afro-brasileiros com seus candomblés, vilas familiares afastadas do centro urbano movimentado. Eis o Rio Vermelho de antanho, com ares de zona rural, com suas roças, capelas, quintais, pequenos largos e vida tranquila. 

Forte do Rio Vermelho (extinto).
No mesmo sítio foi erguida a nova Igreja de Santana.
Antiga capela de São Gonçalo no Alto do Rio Vermelho.
Entre o final do século XIX e o início do século XX, tornou-se local de veraneio dos moradores e visitantes de Salvador, assim como ItapoãRibeira e Itapagipe. A ideia era buscar sair da rotina e “mudar de ares” nos períodos de sol, sem chuvas, entre os meses de novembro e março. Descansar, se alegrar em família, tomar “banho salgado”, proporcionar maior liberdade às crianças, que finalmente podiam brincar nas ruas, pois os vilarejos não apresentavam os perigos e más influências temidos na “cidade”, onde havia maior densidade populacional e costumes mais urbanos.





Duas linhas de bonde davam acesso ao arrebalde do Rio Vermelho: o número 14 – Rio Vermelho de Cima, que ia pelo Garcia; e o número 15 – Rio Vermelho de Baixo, que seguia pela Avenida Vasco da Gama, acompanhando o riacho.

1892.
1904.
Campo de Futebol do Rio Vermelho, em 1907. Na altura da atual CEASA.





1920.

1920.
Morro do Conselho ao fundo.


1923
Caminho do Rio Vermelho, Vasco da Gama, 1928.
Canalização do rio na altura do Largo da Mariquita, 1930.

A Praça Colombo foi criada com a retirada de um banco de areia.
À esquerda o chalé que deu lugar ao Teatro Maria Bethânia.


Largo da Mariquita.
Largo da Mariquita, 1943.

Nos anos de 1940, tentou-se inserir o bairro dentre as zonas industriais no entorno da velha cidade. Ainda restam vestígios da fábrica de papel instalada em 1946, e que funcionou até 1964, tendo suas instalações aproveitadas para funcionamento de entidade pública municipal encarregada de reciclagem de papéis para produção de embalagens. Quando foi demolida, restando apenas a torre, o escritor Jorge Amado, que morava no bairro, quis aproveitar o espaço para criação de um centro cultural, mas o projeto não foi a termo e o espaço terminou servindo a instalação de um supermercado.

1950.
Largo de Sant'Ana.
Igreja de Sant'Ana.
A devoção de N. S. Sant'Ana é a mais famosa do Rio Vermelho.
É em torno dela que acontece também, uma das mais populares festas sincréticas da cidade,
em 2 de fevereiro, os presentes de Yemanjá são entregues no mar do Rio Vermelho,
por adeptos do Candomblé e simpatizantes.
Lucaia.


O moderno Hotel Meridian. Década de 1970. Foto: A Tarde.

Desativado o Teatro Maria Bethânia, a edificação foi aproveitada como bingo e depois churrascaria.

 
O Rio Vermelho também foi o arrebalde escolhido pelas irmãs missionárias
Mercedarias da Medalha Milagrosa, para implantar seu colégio e trabalho social.








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